Rebentos… Ainda muito delicados

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Há boas notícias no horizonte mas o momento é muito delicado. Qualquer notícia menos agradável pode prejudicar este momento de viragem económica.

Começam a surgir sinais positivos, ainda que para já muito ténues e carecendo de confirmação de outros indicadores, ao nível da atividade económica, favorecendo sobretudo as economias desenvolvidas. O destaque vai para a zona do Euro, onde o ciclo recessivo está prestes a terminar. A aparente estabilização do mercado de trabalho (a taxa de desempregou estabilizou há quatro meses) justifica algum optimismo, ainda que o crescimento se deva manter abaixo do potencial por um período longo. Nos Estados Unidos, a alteração metodológica das contas nacionais induziu a revizão em alta de crescimento de 2012 em 0,6p.p, para 2,8%. Em contrapartida, o perfil de crescimento este ano tornou-se menos favorável, facto para o qual contribuiu a performance relativamente fraca no primeiro trimestre. Todavia, antecipa-se que a diluição dos efeitos da política fiscal mais restritiva no início do ano e a confirmação de robustecimento gradual do mercado de trabalho suportem uma melhor performance na sugunda metade do ano. A melhoria dos indicadores do lado da oferta parece confirmar este cenário.

Vivemos um período em que a forma como os bancos centrais comunicam com o mercado é de vital importância de forma a evitar retrocessos e efeitos indesejados. Teme-se a repetição dos acontecimentos de 1994, quando o início de um novo ciclo pela Reserva Federal causou ondas de choque nos mercados financeiros.

Os esforços da Reserva Federal em acalmar os mercados, reafirmando a postura cautelosa, cujo efeito foi reforçado pelo conteúdo misto do relatório do emprego de Julho, penalizaram o dólar em relação ao euro. O câmbio EUR/USD permanecerá volátil, flutuando ao sabor das alterações de expectativas relativamente à política monetária dos EUA. Não obstante, não é do interesse dos países do euro uma moeda excessivamente forte, sobretudo atendendo à fragilidade da recuperação em perspectiva. Neste contexto poderá ocorrer um movimento de correcção do euro nas próximas semanas, reflectindo sobretudo a exaustão da tendência. .

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Dada a melhoria dos indicadores económicos na região do euro, atribuímos reduzida probabilidade a um novo corte de taxas pelo BCE. No entanto, a autoridade monetária não deixará de intervir caso as taxas de juro de mercado retomem uma tendência ascendente, que poderia pôr em causa a retoma da actividade em economias com alguma dimensão e ainda fragilizadas por níveis de endividamento elevado (como é o caso de França).

Um ano após a afirmação do Presidente do BCE, de que "tudo faria para salvar o euro", as quedas dos spreads dos países periféricos são muito significativas, apesar de algum retrocesso recente No futuro, e afastados os designados "riscos de cauda", o andamento dos prémios de risco estará crescentemente correlacionado com progressos estruturais, reformas ou factores conjunturais de cada um dos países sob escrutínio.

A melhoria do contexto macroeconómico favorece os mercados bolsistas, nomeadamente os mercados europeus, claramente desfasados da performance do mercado americano. Os resultados das empresas foram favoráveis no último trimestre o que incrementa, ainda mais, a perspectiva favorável.

Excerto