Ambiente Económico e Financeiro Internacional - Outubro de 2013
Publicado em 14/10/2013 por Portal Código Postal 2 388 visualizaçõesRelatório de avaliação do ambiente económico e financeiro internacional de Outubro de 2013. Crescimento mundial em 2013 ficará pelos 2.9%. Perspetivas para a evolução dos mercados de capitais e cambiais até ao final do ano de 2013.
Em 2013, o crescimento económico global será o mais baixo desde 2009, o ano da grande recessão. O Fundo Monetário Internacional, na revisão das projeções económicas de Outono, antecipa que a expansão global se fique pelos 2.9%, menos 0.3 p.p. que no passado mês de Julho. Desta vez são as economias emergentes as principais responsáveis pelo arrefecimento. Índia, México e Brasil destacam-se pela negativa mas a tendência é extensível a todas as regiões, mesmo no continente africano. A estabilização dos preços das matérias-primas é apontada como um fator preponderante, nomeadamente para os países exportadores. Mas foi sobretudo o aperto das condições financeiras internacionais desde Maio, quando se começou a perspetivar a proximidade de uma alteração da política ultra-acomodatícia da Reserva Federal, o principal fator na origem deste agravamento do cenário global. Perante este enquadramento, as perspetivas para 2014 surgem associadas a algum grau de incerteza. O legado dos desequilíbrios formados no passado, com destaque para a crise financeira, a tentativa de fuga da situação de armadilha de liquidez pelos principais bancos centrais, e a continuidade de políticas orçamentais pró-cíclicas nos países desenvolvidos poderão tornar o caminho mais sinuoso do que atualmente se antecipa.
No mercado cambial, a situação de impasse que se vive nos EUA poderá ter consequências mais duradouras, refletindo-se em perdas acentuadas do dólar, que se aproxima de mínimos do ano face ao euro. Esta deverá ser uma situação temporária, antecipando-se que o dólar recupere, a prazo, à boleia do fortalecimento esperado da economia americana e beneficiando de um novo enquadramento de política monetária.
A nomeação de Janet Yellen para a presidência da Reserva Federal sugere a continuidade das políticas de suporte à atividade económica e uma postura cautelosa na abordagem e concretização de uma alteração do rumo da política monetária. No entanto, também significa que a Reserva Federal não hesitará quando for o momento certo de redução e progressivo abandono das políticas não convencionais, o que deverá acontecer em finais de Dezembro. Na região do Euro, o Banco Central Europeu mantém uma postura pró-crescimento, não estando excluídas novas medidas de estímulos, contrariando o encolhimento do seu balanço. Na realidade, o mecanismo de crédito permanece inoperante, os mercados fragmentados e a retoma é frágil e não uniforme entre os diversos países da União.
Após a resolução do impasse orçamental nos EUA, que se espera que seja ultrapassado sem ruturas, o mercado voltará a colocar a ênfase na robustez da retoma dos EUA, na reavaliação do risco de arrefecimento da economia chinesa e nos cenários de normalização da política monetária da Fed. Neste contexto, os ativos de risco poderão beneficiar após uma primeira fase de alguma volatilidade. As ações europeias, de uma forma geral, deverão tirar partido da perspetiva da melhoria dos resultados empresariais, acompanhando o ambiente económico mais otimista na região.
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