Kit de sobrevivência das grandes marcas
Publicado em 05/11/2013 por Tom Peters 2 532 visualizaçõesSe não está perto de ser o «melhor do mundo» no seu nicho então outra pessoa pode e vai sê-lo. Recorde-se bem disto, marca distinta ou marca extinta, a opção é sua. Será mesmo uma opção?
Se vai correr para a fronteira, se vai reinventar-se como uma empresa da sua marca, então vai precisar de algumas caraterísticas-chave no seu velho saco. Digo «se» mas isto não é verdadeiramente uma opção. Recorde: Distinto ou Extinto. Seguem-se 10 dessas caraterísticas:
Pense como um empreendedor
A questão essencial da sua marca não é a que deva demitir-se do seu emprego na, por exemplo, JCPenney. A questão é que deve reimaginar-se como o CEO da Eu Próprio, SA - que está de momento emprestada à Penney para o «próximo trabalho». (Talvez seja um projeto de merchandising para a linha primaveril da «menina júnior».) Agora, se a Penney continuar a ter grandes trabalhos, talvez até você se deixe ficar por mais uns 5 ou 25 anos. Mas o seu ponto de orientação deve ser sempre o grau em que o grande trabalho atual reforça o seu valor de mercado. Resumindo, seja o chefe do seu próprio espetáculo. Reinvente todos os trabalhos para assegurar que estes vão realçar a sua marca.
Seja sempre um «Closer»
Se vai liderar uma empresa importante, incluindo um chamada Eu Próprio, SA, vai precisar de compreender os meandros de fazer dinheiro. Mesmo que não tenha uma linha de responsabilidade financeira para o seu trabalho atual, conheça sempre «os números» e mantenha-se atento ao projeto e ao balancete.
Inclua o Marketing
Não. Não precisa de ir à Oprah. Mas precisa de saber muito mais sobre o Puzzle do Marketing do que é provável que soubesse no passado. O mundo da Sua Marca é muito diferente do velho mundo em que você se aguentava durante 20 anos com as mesmas pessoas. E vez disso, vai saltar de projeto em projeto, na maior parte deles a trabalhar com estranhos. Assim, em cada trabalho, você vai vender-se de novo – utilizando o marketing para transmitir os seus pontos de vista, o seu valor, a sua Eu Próprio, SA.
Em busca da mestria
A competência nas capacidades negociais básicas como o marketing e a criação de redes é essencial. Mas não chega. Para sobreviver ao Tsunami do colarinho branco precisa de ser muito especial nalguma coisa com valor económico específico. Numa palavra, precisa de apresentar verdadeira mestria.
A sobrevivência apenas como Jack R. Smith, Crachá 248 do Departamento de Compras, já não é sustentável. Quando penso no Jack para um trabalho ou um emprego, procuro tanta distinção como se estivesse a considerar um ofício para um homem a definhar esquerdino para entrar na equipa dos Boston Red Sox. No caso de Jack, o equivalente a essa bola impossível de acertar significa ser o melhor da indústria nos, por exemplo, processos de contabilidade comercial Latino Americana.
A mestria vai para além de ter apenas uma capacidade distinta. Pense nos atletas e atores de topo. Essas pessoas são profissionais consumados que trabalham no seu ofício de forma obsessiva. Você devia encarar o seu ofício da mesma forma.
Floresça na Ambiguidade
A mestria é fantástica. A mestria é essencial. No entanto, num mundo em que as próprias categorias de pensamento e ação estão sempre em deslize, até a mestria é insuficiente. A capacidade de fazer uma coisa extremamente bem é tão importante como a capacidade de fazer uma dúzia de coisas ao mesmo tempo, e alterar o curso sem uma gota de suor ou um pingo de remorsos.
Lembre-se: todas as apostas estão na mesa. Ninguém sabe o que ele ou ela estão a fazer. Em circunstâncias tão instáveis você tem de saber, não apenas «lidar com», mas também como florescer na ambiguidade.
Rir dos Fracassos Vigorosos
O truque para imprimir atitude na sua marca é adquirir um grande sentido de humor. Não se entenda aqui sentido de humor como jeito para contar anedotas. O que quero dizer é ter a capacidade de rir de si próprio, saber rir do protótipo fabuloso que se autodestrói…, e passar de imediato à próxima tentativa. Tentar quase tudo para alcançar o que se pretende é um requisito para a sobrevivência.
Na atual Era Perturbadora vamos, por definição, errar com muita mais frequência e de forma muito mais embaraçosa do que antes. As empresas que toleram, ou até celebram, o fracasso, que incentivam a proposta audaciosa para a grandeza que acaba por ser um fiasco, vão ter sucesso.
O mesmo se passa comigo e consigo. Por uma questão de sobrevivência, devemos sempre jogar o Jogo da Reimaginação, que garante bastantes olhos negros. Lembre-se, isto não é o mundo do seu chefe (também é provável que ele esteja na próxima lista de despedimentos). Este é o seu mundo, o seu futuro, a sua responsabilidade.
Alimente a sua rede
Apesar dos numeroso relatórios a dizerem o contrário, não acredito que a «lealdade está morta». Acredito que a lealdade é mais importante do que nunca. Mas o eixo da lealdade deslocou-se 90 graus. A «velha lealdade» era vertical. Lealdade a uma hierarquia: Você agarrou um degrau atrás do outro à medida que subia a escada vertical prescrita. Chame-lhe «lealdade de lambe-botas», se quiser. Isso desapareceu, e ainda bem!
A «Nova Lealdade» é uma lealdade horizontal. Lealdade a um ofício ou a uma indústria: o que importa é que os seus semelhantes pensem no seu trabalho. O que dá uma grande importância ao desenvolvimento do que eu chamo de Obsessão Rolodex. Você deve contruir, e gerir de forma deliberada, uma rede de contactos profissionais da sua área.
Aprecie a Tecnologia
A verdade crua é que muitas pessoas «passaram o prazo» no que diz respeito às novas tecnologias. Mas há esperança: não precisa de ser um especialista com canudo em relação a um qualquer tipo de software; não precisa de programar as coisas sozinho. Mas precisa de apreciar de forma instintiva o facto inequívoco de que a internet e tudo o que se relaciona com ela está a virar os negócios de pernas para o ar num período surpreendentemente curto. Se essa prespetiva não o entusiasma, se não o deixa a tremer de alegria… bem, não vai ser fácil. E suspeito que não vai durar muito tempo.
Trabalhe com os mais jovens
Aqueles que estão acima daquela divisão de idade 38.5 podem mesmo ter aquele «apetite pela tecnologia». Mas será que alguma vez iremos mesmo atingir? Nem pensar! Por isso devemos cercar-nos de pessoas jovens.
Este é um momento de «novas pessoas», desde os incríveis jovens homens e mulheres que dirigem a deslocação do paradigma do cyber-ware no Departamento de Defesa dos EU, até à equipa de estudantes desconhecidos num dormitório universitário que estão a sonhar com a nova «Apple» ou a nova «eBay».
O remate necessário: todas as equipas de projeto devem incluir pelo menos um jovem, alguém com bastante menos do que 38,5 (talvez 18,5?), que não precise de se reinventar, porque nasceu, foi criado, e tem os genes da Nova Economia.
Cultive uma paixão pela renovação
Adquirir novas capacidades como bases necessárias costumava ser uma estratégia de carreira razoável. Revolucionar o seu portfolio de capacidades de, pelo menos, de 6 em 6 anos, se não com mais frequência, é agora uma necessidade mínima de sobrevivência.
Pergunta: Tem um PIR (Plano de Investimento de Renovação) formal? E, se tiver um, é tão audacioso como exigem estes tempos audaciosos?
Opção de se Auto-Renovar: Não é opcional
O que fazemos e como lidámos com essas «forças» que estão a destruir o mundo do «colarinho branco» deixou de ser opcional. Tornou-se numa urgência. Numa emergência. A vida num mundo da sua marca é DISTINTO… OU EXTINTO e NÃO OPCIONAL.