Cinco comportamentos autodestrutivos que arruínam empresas e carreiras

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Nos tempos turbulentos em que vivemos, já é suficientemente difícil lidar com todas as variantes externas que teimam em fugir do nosso controle. Vezes demais, as pessoas e as empresas tendem a exacerbar os seus problemas com as suas próprias acções. Os comportamentos autodestrutivos pioram sempre qualquer situação. Rosabeth Kanter, professora de Harvard, identificou cinco destes comportamentos que deverá colocar na sua lista de coisas a não fazer.

EXIGIR UMA FATIA MAIOR DE UM BOLO QUE ESTÁ A ENCOLHER

Os líderes derrotam-se a si próprios quando procuram ganhos à custa do sofrimento de outros. Um exemplo poderá ser o aumento do preço dos produtos numa altura em que o desemprego é elevado e os consumidores têm menos dinheiro para gastar, apenas para assegurar lucros quando as vendas baixam. A McDonald’s aumentou os preços em 3% no início de 2012 (nos Estados Unidos) e no fim do 3º trimestre enfrentou a primeira queda nas vendas em 9 anos. O gestor responsável por esta estratégia foi substituído.

Existem vários exemplos de sindicatos que se recusaram negociar com a administração de empresas em situação difícil tornando impossível qualquer estratégia de recuperação, culminando quase sempre no encerramento da empresa e na extinção de postos de trabalho.

Também acontece com altos executivos de empresas que se julgando «indispensáveis» exigem aumentos de salários em situações de crise profunda. O desfecho mais comum é mesmo o despedimento desse executivo. A ganância contribui sempre para piorar uma situação que já é má.

ENFURECER-SE

A raiva e a culpa são emoções não produtivas, e devem ser evitadas. As palavras de raiva e de ressentimento perduram imenso no tempo, deixam rasto e raramente são esquecidas. A população normalmente não perdoa políticos que culpam os eleitores pela sua derrota eleitoral. Nas empresas, os administradores não esquecem episódios de explosão de raiva dos seus executivos ou subordinados e, normalmente, quando é necessário reduzir pessoal, os enfurecidos estão no topo da lista.

CEDER À EXPANSÃO DOS OBJECTIVOS (MISSION CREEP)

Expansão dos objectivos foi a melhor tradução para «Mission Creep» que é um termo com um significado mais amplo do que a tradução indica. Quando uma empresa, normalmente com sucesso na sua área de negócio principal, começa a expandir a sua missão para além do seu objectivo inicial, começa a aumentar a sua ambição à medida que os sucessos, mesmo que pequenos, vão surgindo. A ambição e o «olhar em frente», que são expressões sempre bem-vindas nas empresas, só param quando a catástrofe é eminente. O «core business», ou seja, a área de negócio principal e basilar é negligenciada por excesso de confiança e toda a empresa cai sobre a sua base.

ADICIONAR SEM SUBTRAIR

Uma forma similar de autoderrota é permitir o inchar da organização. Adicionar novos itens sem subtrair os itens antigos, itens que já não interessam, resulta num armário cheio, sem espaço, e mal organizado. Nem encontramos as coisas antigas nem as novas. Nas empresas isso resulta no aumento da burocracia e procedimentos desnecessários. Nos países resulta em maiores orçamentos e deficits, nas pessoas resulta em aumento de peso e obesidade. Crescer sem ser podado é mau para os jardins e para as empresas.

PENSAR QUE PODE ESCAPAR IMPUNE

Pensar que pode escapar mentindo, fazendo batota, fingindo, corrompendo, comendo aquela pasta de chocolate às escondidas. Os lapsos não permanecem secretos na era digital, os erros vão aparecer inevitavelmente, numa auditoria de rotina, numa investigação judicial, numa fiscalização da ASAE, numa passagem pela Via Verde. Este último exemplo de comportamento autodestrutivo encaixa na perfeição em muitos políticos e gestores de topo, em particular nos Estados Unidos. Em Portugal, infelizmente, esta afirmação não pode ser proferida com tanta veemência.

Felizmente existe uma cura para o comportamento autodestrutivo. A humildade previne a autoderrota. A vontade em servir uma causa, uma comunidade, dando enfase aos valores, adquirir um sentido de responsabilidade pelas consequências de longo prazo, o conhecimento tanto da sua força como das suas limitações, são aspectos que podem facilitar a acção e evitar que caia na armadilha da autodestruição.

Este artigo está de mudanças. A sua nova casa será aqui: Comportamentos autodestrutivos que arruinam a sua empresa!